sábado, 5 de dezembro de 2009

Despedida


A vida é cercada de mistério, e a única certeza que nós humanos temos é a morte. Quando estamos com alguém doente e sabemos que irá morrer, queremos de toda a maneira dizer tudo não falado em anos.
Vi meu tio dezesseis horas antes de morrer. Senti um aperto no peito e queria eternizar aqueles últimos momentos ao lado dele. Percebi a importância do amor, e aprendi com a morte dele o quando é importante saber amar para ser amado.
Meu tio era um homem sábio, bom, honesto, trabalhador, gostava da boa música, amava a família e faria qualquer coisa para ver todos bem.

Só tenho boas lembranças dele.
Li um artigo da Martha Medeiros falando que a morte só acontece de verdade quando a última pessoa a lembrar de nós morre. Em quando vivermos na lembrança de alguém estaremos vivos.
Fiquei triste com a partida dele, mas reconfortada em saber que ele não morrerá em quando lembrarmos dele.
Ele tinha consciência que estava chegando ao fim e nós também. Sei que ele está na luz, pois era iluminado em vida.

Sempre me lembrarei do seu sorriso, dos nossos pequenos segredos.
A saudade será eterna.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Idignação

São muitas coisas que me intristece a alma, a violência é uma delas. Fico me sentindo muito impotente quando me deparo com os noticiários da tv, é tão dificil ver a dor e sofrimento das mães que perderam seus filhos por balas perdidas, da mãe que perdeu sua filha ao ser atendida por um falso médico.
A morte violenta no país se tornou algo banal. Eu nunca verei a violência com banalidade.
A falta de espectativa no olhar das pessoas que residem em áreas ditas de "risco", mas o "risco" está em toda a parte, não é restrita a uma área geográfica.
Morar em comunidade, não pode ser sinônimo de descaso, pelo contrário, ali é que se ganha a eleição é ali que reside boa parte da poplução que vota. Essa é a hora de votar e não de trocar por ninharia de ajuda.
Quero ter orgulho dos políticos do meu país mas boa parte estão lá para roubar, ter favorecimento.
Temos que moralizar esse país, começando com coisas simples, comprimentar todas as pessoas que passam por nós. Agradecer o motorista por ter levado até seu destino, ensinar as crianças o respeito pelo os mais velhos. Ser educado no transito.
temos que nos unir para mudar a realidade. não podemos nunca perder a esperança. Porque sem ela fica tudo mais dificil.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Vida e morte

Existe fatos na vida que nos deixam sem saber o que fazer. A morte é uma delas, ela chega igualmente para todos, sem escolher classe social, ela nos pega pela asmãos e nos leva não sei para onde. Quando soube da morte de Michael Jackson, um ídolo, um mito e da minha vizinha querida, Dona Dalva, uma senhoria com mais de setenta anos, honesta, meiga, carinhosa, atenciosa ... fiquei tão atonita. Os dois fizeram parte da minha linda juventude, Michael com suas músicas e Dona Dalva com sua alegria e gentilezas.
A vida na sua magia traz a morte com um fato invitável para todos os seres vivos.

terça-feira, 23 de junho de 2009

A sabedoria dos livros


Hoje assisti a uma palestra sobre Livros abrem mundos: mídias para pessoas em reclusão, como alemão Gerhard Peschers, bibliotecário da biblioteca do Presídio de Münster. Ele contou suas experiências, como desenvolveu o seu trabalho no presídio e o prêmio pelo trabalho desenvolvido no ano de 2007.
Nosso sistema carcerário não possui bibliotecas, algumas têm salas de leitura, que não segue um sistema de organização de biblioteca, essas salas são organizadas pelos próprios detentos.
Fiquei fascinada pela maneira poética apresentada, sei que só mostrou a parte positiva, mas porque falar das negativas? Falou sobre o sonho de liberdade que o livro nos leva. Disse que o mundo é o teatro e que nos somos os atores. A penitenciaria que ele trabalha existe há 650 anos. A chave para entrar no sistema de biblioteca carcerária é a palavra e sua palestra teve como tema VISÃO DA VIDA + LITERATURA ATRÁS DAS GRADES.
Ele falou uma coisa que me faz pensar “se quiser conhecer o estado, olhe os presídios por dentro”. O estado do Rio de Janeiro é caótico por essa perspectiva. O nosso sistema é todo corrompido, super lotação, tratamento desumano. Muitos dos detentos são perigosos, mas cabe ao estado a responsabilidade de re-socialização, o ócio não é o melhor ofício para quem está atrás das grades.
Gerhard disse que a biblioteca do presídio tem três objetivos: entretenimento, Educação, Auto-conhecimento.
Também falou que as bibliotecas das penitenciárias da Alemanha são vinculadas com as bibliotecas públicas municipais. Seria muito interessante se fosse assim ao Brasil, mas aqui existem municípios que não possuem bibliotecas...
Contou um sonho que teve sobre uma arvore que crescia no muro da parede do presídio, que separa os presos e a população livre, as raízes cresciam penetrando na terra e conectando pelo subterrâneo por todos os lados, suas ramas cresciam para os ambos os lados, se comunicando... Em vez de folhas e frutas cresciam livros. A cima dessa árvore havia um céu celeste que se erguia com o calor do sol. Ele disse que despertou contente e contou o sonho para sua esposa. Então veio a mente uma frase que viu em um muro de Berlin “O mundo é demasiado pequeno para os muros”.
Meus olhos se iluminaram. Que sonho lindo! Uma árvore de Poesias de Drumond, Vinícius, Romances de Machado de Assis, Eça de Queiroz, em suas sombras gozar do prazer da leitura!
Os livros serão sempre sagrados, tê-los as mãos é uma dádiva.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Muito obrigado ou eu te amo!

No decorrer do dia de hoje, tive contato com dois acontecimentos para mim curiosos que valem serem comentados.
Uma pessoa conhecida disse-me que estava passando por uma rua no Centro do Rio e ouviu um senhor dizer “com licença senhora” e a senhora retribui, “pois não senhor”, “obrigada senhora”. Ela disse, achei tão bonito ouvir aquelas palavras tão cordiais.
E eu fiquei mais uma vez a devagar, como as coisas que deveriam ser normais, às vezes nos impressionam, ser delicado, atencioso e gentil deveria ser algo normal, como beber água, mas não, a vida nos faz correr tanto que não há tempo para as pequenas delicadezas e educação. Perdemos o hábito das boas maneiras que nos foram ensinados quando criança, não fale com a boca cheia, agradeça o presente, sempre fale por favor, com licença... Sou uma pessoa que dá bom dia até para o cachorro de rua, acho importante ter sempre um sorriso no rosto e uma delicadeza no olhar. Pedir licença sem empurrar, dizer muito obrigado ao motorista que nos deixou em segurança no trabalho, pedir desculpa por um erro cometido, são gestos que fazem toda a diferença.
O outro acontecimento foi que essa mesma pessoa num papo, ela me revelou o grande amor de sua vida. Mesmo chegando aos quase setenta anos, o coração bateu forte quando encontrou o seu grande amor na rua. Eu disse, que bom, é sinal que estás bem viva!
Ah o amor! Ele realmente é como tempo, nunca envelhece sempre pronto a nos surpreender! Ele chega silencioso como o nascer do sol, ou barulhento e avassalador com os raios e trovões, como faz bem a alma. Ela me contou o quanto foi intenso e lindo o que viveu. Dei-me o direito de só ouvir aquela história e ver os olhos dela brilharem. O encontro casual na rua que durou alguns minutos foi o suficiente para ela reviver tudo de lindo e bom vivido.
Sempre é bom estarmos prontos a receber ou dizer um brigado ou eu te amo.

domingo, 31 de maio de 2009

A justiça injusta


É impressionante como a justiça muitas vezes é injusta. A verdade e a justiça andam na mesma via, mas no sentido oposto.
Assisti dois vídeos sobre anencefalia, mulheres que estavam grávidas de bebes anecéfalos, e foram proibidas de fazerem um aborto legal.
Duas mulheres fragilizadas por gerarem filhos que já estavam condenadas a morte. A justiça julgou que essas mulheres deveriam levar a gravidez até o fim. Que justiça é essa que deixam essas mulheres já sofridas levar a gravidez até final?
Os vídeos me abalaram na alma, me coloquei na vida daquelas mulheres que não entenderam o porquê fizeram isso com elas. O porquê terem que sofrer tanto, elas e suas famílias... gerar um filho sabendo que não precisa fazer enxoval, chá de bebe, sonhar o seu futuro... já estão sabendo que não poderão planejar o seu aniversario de um aninho, nunca ouvirão eles pronunciarem pela primeira vez, papai e mamãe. Nascer, morrer no mesmo instante...
Que dor, que sofrimento.
Elas entraram em trabalho de parto e viram seus filhos mortos, sofreram muito. Foi uma injustiça...
A justiça precisa agir com essa frieza com as crianças que estão vivas e com as vidas marcadas pela injustiça e crueldades da sociedade. Meninos e meninas jogados a sorte, vivendo de pequenos roubos, cheirando cola, matando pessoas. Por que a justiça não tem o mesmo rigor. Essas crianças têm cérebros, são brasileiros, vivem sem direitos básicos de nossa constituinte, do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Não compreendo, quero para entender o sistema, mas acredito ser impossível. É muito injusto. É cruel.

sábado, 23 de maio de 2009

O sonho e a saudade

Não consigo lembrar do meu sonho, quando acordo. Mas quando consigo, são fragmentos deles.
O interessante é quando sonho com meu pai, sempre me lembro ao acordar.

Sonho com ele sempre que estou com muita saudade, e quando o vejo, nos sonhos, é como ele estivesse vivo ao meu lado... ouvisse a sua voz, conversasse comigo...

Percebi que o sonho é uma maneira linda de matar a saudade, daqueles que se foram. Sonhar com meu pai, me dá a certeza que ele continua vivo, nas minhas lembranças e jamais deixará de ser importante para mim.


Por que mais pessoas? Gosto de pessoas e do Pessoa, meu poeta. Fico muito tempo pensando nas razões que levaram o poeta escrever sobre determinado assunto.Esse blog é também para transcrever, e refletir textos que li de Fernando Pessoa, outros poetas e escritores. A leitura é o som quando não se tem mais nada a falar.